Editorial #47

A agenda das últimas semanas tem-se focado no arraial que antecede a festa da democracia. Nos debates eleitorais, as perguntas sucedem-se sobre assuntos em que pegaremos nas nossas conversas de café, mas que não serão temas reais nos nossos dias. 

Confesso que não acompanhei todos os debates, e há muito que deixei de ter a televisão ligada, mas vou seguindo o que se passa através da imprensa digital e da rádio. Sempre relegada para os tópicos menores, parece que desta vez a cultura se eclipsou quase completamente desta campanha. Na espuma dos dias, achamos que haverá sempre concertos, que haverá sempre alguém sempre disposto a tocar e a cantar, mas em que palcos? Sob que condições cada vez mais indignas? Sob que visão mercantilista deixamos que aquilo que nos aproxima do outro seja sistematicamente sugado?

A cantiga ainda é uma arma, se quisermos lutar. No domingo, vota em quem acredita que o valor da cultura não é só os milhões de euros que ela gera.

O primeiro artigo que escreveu sobre música eletrónica foi para o jornal da escola. Continuou a escrever, passou por uma grande promotora, mas foi na rádio que alimentou a maior paixão. A sua voz atravessou a antena de quase uma dezena de estações, mas teve residência permanente na Oxigénio durante cerca de cinco anos. Mais tarde, fundou o Interruptor. Atualmente é uma das responsáveis pela campanha Wiki Loves Música Portuguesa.
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