Esta altura do ano costuma ser feita de reencontros, mais ou menos agradáveis, mais ou menos inesperados. A silly season existe numa espécie de realidade paralela, e encontrar um romance de verão no autocarro das sete seria tão embaraçoso como dar de caras com o patrão da empresa em speedo laranja e lamber um Magnum de amêndoas na praia.
Mas o regresso às lides também implica voltar a encarar uma série de dissabores que preferiríamos terem sido apenas boato da reacção. Um exemplo é o fecho iminente do Musicbox, a mítica sala de concertos lisboeta que, menos de um ano depois do desaparecimento do Lounge, se vai juntar a este no cemitério do nosso descontentamento musical. Na nova Playback, o Miguel Rocha explica porque é que isto é apenas a ponta dum infeliz icebergue e quais as implicações da disneylandificação da cidade (stop trying to make Beato happen!). Numa nota mais alegre, há ainda os “sei o que fizeste o verão passado” do costume: o Eduardo Ribeiro foi passar perto de 24 horas seguidas no Extremo, em Braga, e relata-nos a sua experiência devidamente ilustrada pela fotografia da Inês Aleixo; e a Matilde Inês desafiou-me para um Entreconversas especial se bem que algo caótico (mas extremamente de coração) sobre a nossa actual paixão mútua, o rock brasileiro. Por fim, há ainda a contribuição de Henrique Tomé, o mais recente convidado da nossa rubrica Carte Blanche.
Se o verão é metaforicamente um mergulho de cabeça na água do mar, setembro é aquela caminhada lenta para a costa enquanto as ondas se agarram aos nossos tornozelos tentando puxar-nos de volta. Regressem com calma porque sair à pressa também pode dar em indigestão.
