Nos últimos meses, tenho andado de volta de uma playlist chamada “Canções para o R”. É uma lista de canções que canto para o meu filho no carro e que espero que um dia ele também cante comigo. Já a remexi e recomecei várias vezes, mas a música de abertura é sempre a mesma: “Passarinhos” de S. Pedro.
“Pus-me a pé fui comprar o pão
Fiz café e aspirei o chão
Mas não foi sempre assim
Se calhar é uma fase que me
Está a fazer cantar coisas para te
Rires assim de mimDava tudo p’ra que amanhã fosse igual
Estava escuro mas vejo-te e ouço
Passarinhos a cantarOh oh oh oh oh oh oh oh oh
Podia ser sempre assim”
Nesta última edição de 2025, trago o meu bocadinho de esperança num mundo aparentemente cada vez mais caótico e assustador. A maternidade tornou-se o meu novo traço de personalidade. Salvou-me do abismo, trazendo amor incondicional, fraldas sujas e refrões mais felizes. Cada um encontrará redenção em caminhos distintos.
O nº 58 da Playback é um embrulho de coisas boas, do conforto do grande hino natalício português (pela Ana Leorne) à liberdade inarredável d’O Triunfo dos Acéfalos (em conversa do Miguel Rocha). Nestes tempos sombrios, parte da força que precisamos para a resistência vem de nos lembrarmos de que nem tudo está perdido, de que a mudança para melhor é possível, e de que podemos sempre criar os nossos próprios espaços.
Feliz natal, boas festas e um 2026 cheio de esperança e música para todes. ❤️
Voltamos em Janeiro.

