BÓNUS: Malva no Maus Hábitos

Voz. Guitarra. Baixo. Catarina Estácio ao seu lado. Uma mãozinha de Luís Duarte Moreira. E nada mais, a não ser uma mão-cheia de canções imaculada, um sorriso a transbordar de orgulho, uma energia imensurável em palco e um coração do tamanho do mundo. Foi o suficiente para deixar marcas profundas em quem invadiu, na noite de 18 de novembro, os Maus Hábitos. Sou testemunha. Crua e vulnerável, Malva cumpriu o seu objetivo de espalhar a verdade num concerto que foi, efetivamente, pesado, mas…

Tão bonito, tão íntimo, tão orgânico. Malva abriu-nos o seu coração, partilhou o que a inquieta e como (tentar) lidar com estas situações. Ouviu-se histórias de um coração partido, que deixavam um nó na garganta pela sua honestidade. Houve espaço para sentir frustração, angústia, dor e tristeza. Ainda assim, por detrás de cada letra melancólica, viam-se nas entrelinhas um amor que outrora fora puro, efervescente e intenso ao ponto de ter deixado cicatrizes. 

É verdade, a história de Malva é “mais uma”, mas não deixou de ser recebida calorosamente por quem estava presente: seria complicado não nos relacionarmos com algumas coisas que estavam a ser propagadas. Ao fim e ao cabo, todos já sofremos por amor, mas Malva provou que precisávamos de alguém como ela que o assumisse com uma transparência desmedida na sua arte, que não é nada mais nada menos que uma extensão de si própria.

Nascida e criada em Aveiro, mas com a Covilhã sempre no coração, cidade que a acolheu durante os seus estudos superiores. Já passou pelo Gerador, e pelo Espalha-Factos, onde se tornou coautora da rubrica À Escuta. Uma melómana sem conserto, sempre com auscultadores nos ouvidos e a tentar ser jornalista.
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